terça-feira, 19 de março de 2013

Empresa deve pagar R$ 120 mil por manter pessoas em situação escrava 17 trabalhadores foram resgatados em alojamentos precários em Salvador. Eles foram recrutados no Rio de Janeiro para distribuir listas telefônicas.



Alojamento Salvador (Foto: Divulgação/MPT)Alojamento foi descoberto na noite de sexta-feira
(16) (Foto: Divulgação/MPT)
A empresa responsável em recrutar no Rio de Janeiro trabalhadores para distribuição de listas telefônicas em Salvador deve pagar R$ 120 mil em verbas rescisórias por manter cerca de 17 pessoas em condição análoga à escrava, de acordo com a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE-BA).
Dois alojamentos no bairro do Doron foramvisitados por equipe do Ministério Público do Trabalho (MPT) na sexta-feira (15), depois de uma denúncia ter sido registrada pela SRTE. Na ocasião, os trabalhadores foramretirados dos locais e dois suspeitos foram presos pela Polícia Federal. Segundo o MPT, eles trabalhavam sem receber salários ou qualquer direito trabalhista e viviam em condições precárias, sem dinheiro para voltar à cidade de origem.
Nesta segunda, as 17 pessoas foram ao SRTE para realizar os cálculos das verbas rescisórias, que incluem cinco meses de salário, com base no piso da categoria, correspondente ao valor de R$718,00, aviso prévio, décimo terceiro salário, férias, FGTS e multa rescisória do FGTS, segundo o SRTE. Com isso, o valor total de indenização chega a aproximadamente R$ 120 mil. 
"Gatos"
"O que eles ganham é a gorjeta que pedem nas casas. Queremos que o responsável pague as parcelas, os direitos que eles têm, assine a carteira de trabalho e coloque em um alojamento digno", afirmou o procurador Jairo Santo Sé na ocasião da operação de resgate. Segundo ele, esse foi o primeiro caso de trabalho análogo ao de escravo registrado em Salvador.
As pessoas presas são consideradas arregimentadoras, também chamadas de "gatos", suspeitas de recrutar e organizar a atividade diária. Os imóveis estão localizados em uma das transversais da Avenida Edgar Santos, a maior do bairro do Doron.
O MPT afirma que um dos trabalhadores, que tem 58 anos, contou que fazia esse tipo de atividade há cinco anos devido a dificuldade em conseguir emprego. Em relato ao órgão, a mulher disse que o dinheiro das gorjetas era usado para fazer lanches e pagar o transporte.

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