por Evilásio Júnior
A candidatura da deputada federal Alice Portugal (PCdoB) a prefeita de Salvador foi retirada, após entendimento com o governador Jaques Wagner (PT) para atender ao apelo de se realizar uma frente ampla das forças governistas para confrontar ACM Neto (DEM). A parlamentar, que tentou manter-se na disputa até o fim, apesar do assédio petista, optou, entretanto, por indicar a vereadora Olívia Santana para ser a vice na chapa de Nelson Pelegrino. Para aceitar a condição de número 2 na coligação, chegou a ser oferecida a Alice também a Secretaria Municipal de Educação, em caso de vitória. Ela não arredou o pé. Além de ter um compromisso com o seu mandato no Congresso, sobretudo no segmento educacional, Alice terá a missão agora de apaziguar os ânimos dos correligionários mais insatisfeitos com a saída do partido da disputa. Também pesou na negativa da deputada o fator simbólico: seria para ela uma “rendição” à força da sigla parceira ou, pior, a sua candidatura poderia ser interpretada como uma chantagem para obter o posto de vice. Com a efetivação do nome de Olívia, que passou por processo igual ao de Alice em 2008, quando “decidiu” sair do pleito para apoiar o hoje senador Walter Pinheiro, a coalizão governista adota estratégia semelhante à do DEM, que viu na professora Célia Sacramento (PV) o par perfeito para Neto, e do PMDB, que confirmou o jovem Nestor Neto ao lado de Mário Kertész. A vice de Pelegrino é uma mulher, negra e com história de luta reconhecida nos movimentos sociais.
